Conhecer a história da Psicologia brasileira para entender o presente e aprimorar o atendimento à sociedade brasileira, à categoria e ao campo científico. Este foi o mote da primeira participação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) no IV Congresso Brasileiro de Psicologia, com a palestra “Memória da Psicologia Brasileira”.
As palestrantes, Lurdes Perez Oberg e Nádia Maria Dourado Rocha, representantes do CFP, apresentaram o projeto “Memórias da Psicologia Brasileira”, que objetiva contribuir para resgatar e ampliar o conhecimento sobre o campo histórico da área de Psicologia no Brasil, em seus aspectos de produção intelectual, científica, institucional e profissional. Atualmente o projeto conta com a Coleção de Clássicos da Psicologia Brasileira, Vídeos Biográficos, Coleção Pioneiros, Coleção Histórias da Psicologia do Brasil e o projeto Dicionários.
Conselheira do CFP, Nádia Rocha informou que o Grupo de Trabalho Memórias da Psicologia da autarquia pretende realizar o mapeamento digital de livros clássicos da Psicologia brasileira. Eles serão disponibilizados em plataforma virtual pelo site da BVS-psi (http://www.bvs-psi.org.br/). Além disso, ela contou que será realizada uma nova edição do “Dicionário Biográfico da Psicologia no Brasil – Pioneiros”, com critérios para atender a diversidade e a regionalidade das condições de surgimento da Psicologia.
Rocha destacou a importância do fomento ao trabalho de pesquisa histórica em cada estado brasileiro. Para ela, a produção de pesquisas se concentram majoritariamente nas regiões Sul e Sudeste. “Não é um privilégio da Psicologia, mas também tem a ver com a distribuição dos cursos de graduação e principalmente de pós-graduação no país. A pós-graduação efetivamente carrega a responsabilidade de produção de conhecimento”. Segundo a conselheira, os cursos de pós-graduação nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo, são mais recentes. “Precisamos pensar a história do país como um todo”, disse, destacando a importância da regionalização da produção de conteúdo da história da psicologia brasileira.
Já Oberg destacou que o projeto, iniciado em 1999, tem sido realizado há muitos anos coletivamente pelos psicólogos. “Estamos buscando novos sentidos a partir de novas conversas, novos sentidos sobre a psicologia brasileira. Os diálogos são muito importantes para que possam existir outros encontros, inclusive com os Conselhos Regionais em relação ao tema”. Rocha destacou que o Projeto Memórias da Psicologia Brasileira é um “projeto de Estado e não de gestão ou governos”. “Sucessivas gestões do CFP têm se empenhado em investir na temática da história da Psicologia brasileira”, destacou.
Andrea Nascimento, vice-presidente do CRP 16, do Espírito Santo, destacou a importância das pesquisas históricas e científicas e da contribuição dos Estados ao trabalho do projeto Memórias da Psicologia Brasileira. “O projeto memórias é muito importante. Não dá pra gente viver da produção apenas de artigos e periódicos científicos. Um artigo não dá pra passar toda uma teoria, uma história. Penso que os CRPs podem contribuir com a indicação de pesquisadores, é interessante que seja feito esse contato, essa ligação. Além disso, muito da memória da Psicologia está dentro das universidades federais”.
Nascimento apresentou a pesquisa Re-conhecer quem somos – Um retrato da Psicologia capixaba em 2011-2012, sobre a realidade do perfil da Psicologia e dos profissionais da área no estado do Espírito Santo. Além da metodologia usada, explanou sobre a produção da pesquisa.